domingo, 13 de novembro de 2011

ESTEJAMOS PREPARADOS PARA UM NOVO TEMPO


O texto de Mateus 25:1-13 nos chama atenção para um dado da fé e da história. Não sabemos o dia nem a hora da chegada do Reino de Deus e Sua justiça. O mal, a dor, a morte e a exploração serão banidos e instaurará uma nova ordem societária com paz, justiça, igualdade, respeito-cuidado com a Natureza (obra do Criador) e prosperidade. "Um novo céu, nova Terra" como nos promete as revelações do livro do Apocalipse.

(Em algumas traduções das Escrituras encontramos a expressão “reino dos céus” que quer dizer o mesmo, mas corre-se o risco de uma interpretação muito espiritualizante (para o “além” dessa vida), transcedentalista e deslocada da existência concreta das pessoas)

Quem é prudente e sensato busca armazenar o óleo-azeite, a anergia da vida que nos mantém de pé, firmes, com fé e esperançosos, pois, a qualquer momento, a história pode mudar os rumos e precisamos estar atentos a dialética da vida, aos sinais desse Reino de Cristo.

Insensatos ou sem juízo são os que, distantes dos valores do Reino, permanecem no processo de exploração, alienação, coisificação da vida humana, consumismo doentio, hedonismo e egoísmo. Acumulam riquezas que as traças corroem e não tesouros espirituais, valores e compromisso ético-social.



A narrativa de Mateus é assim:

«Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo. 2 Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes. 3 Aquelas sem juízo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4 As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas. 5 O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram. 6 No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro’. 7 Então as dez virgens se levantaram, e prepararam as lâmpadas. 8 Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: ‘Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9 As prudentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar’. 10 Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11 Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: ‘Senhor, Senhor, abre a porta para nós’. 12 Ele, porém, respondeu: ‘Eu garanto a vocês que não as conheço’. 13 Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora.»



Jesus, com essa parábola, aponta para a nossa responsabilidade cristã. Aqui não temos como nos omitir, enfiar a cabeça na areia para não ver a realidade das coisas e nem ficarmos amparados nos outros. Ou tomamos o caminho da libertação, que envolve ação e espera do Reino (a dialética do Reino é essa, aqui e ainda não); ou então somos negligentes – cochilamos e dormimos – diante de uma realidade que clama por compromissos claros e que pode se romper em novidade “no meio da noite”.

A justiça de Deus nos diz que os negligentes, omissos e compromissados com o modelo societário do anti-Reino de Deus (algumas passagens chama de "reino de satanás") não serão reconhecidos como seguidores do Cristo Libertador, mesmo que clamem “Senhor! Senhor!” ou O reconheçam formalmente, andem com Bíblias no suvaco, frequentem cultos ou missas (práticas da piedade). 

Sem vigilância, compromisso e ação libertadora, não há Cristianismo do Cristo, mas uma religiosidade alienada, individualista, burguesa, acomodada a ordem social diabólica do lucro e da devastação (o “ mundo” como as Escrituras chamam) e esse tipo de religiosidade nos deixam as portas do Reino fechadas.

Sejamos cristãos atentos e compromissados. Orando e caminhando no rumo da libertação e do Reino de nosso Senhor Jesus Cristo.

Salvação não é um escape individualista burguês do inferno, mas um compromisso com o e como Povo de Deus no caminho da vida e da autêntica liberdade. A salvação é um projeto coletivo de Deus e Seu povo é bem maior do que os muros eclesiásticos que estamos acostumados a entender como instituição hierárquica chamada igreja.

A minha oração é: Senhor Deus, que eu possa ser um agente nesse mundo para que Teu Reino venha e possamos viver uma nova era de justiça, paz e amor entre os seres humanos. Aviva Senhor a minha fé e que Teu Espírito nos conduza como povo Teu nesse caminho de êxodo-libertação, não nos permitindo cochilos diante da realidade que clama por transformação. Em nome de Jesus, amém!